sábado, 15 de outubro de 2011

PAZ NA VIDA, PAZ NA CASA

Essa técnica milenar chinesa de harmonização da energia da casa invade o Ocidente e modifica radicalmente o nosso olhar em relação às nossas moradias. Com o Feng Shui, cores, formas e disposição dos objetos passam a ter uma importância jamais imaginada pelos ocidentais.


O que é Feng Shui


Ao entrar numa casa, a primeira impressão já nos revela uma série de informações. Num relance já podemos avaliar se ela é clara e luminosa, se os móveis estão dispostos em harmonia, se a limpeza e a organização fazem parte dos hábitos da família. Cheiros e perfumes, tonalidades alegres ou tristes, agitação ou calma traduzem para nós o que chamamos de astral da moradia. Pois os chineses, há 5 000 anos, se detiveram para pensar quais seriam exatamente os elementos que poderiam garantir o bom astral da casa, trazendo equilíbrio, felicidade e bem-estar aos seus habitantes. A esse método de harmonização de ambientes foi dado o nome de FENG SHUI.


As palavras feng e shui apontam como poderíamos trabalhar a energia poderosa e vital tão invisível quanto ele. Shui significa água e mostra que essa energia pode ter o comportamento da água, circulando como um rio em um lugar ou estacionando como um lago em outro. Essa energia é chamada pelos chineses de ch´i (pronuncia-se tchi), ou energia vital.


O Feng Shui orienta o fluxo do ch´i, que circula pela casa, com diversas técnicas, fornecidas pelas suas três escolas principais: a da Forma, a da Bússola e a do Chapéu Negro.


O Começo de Tudo


Para realizar a aplicação pratica do Feng Shui é preciso, antes de tudo, compreender como é formado o ch´i, a poderosa energia cósmica que permeia tudo o universo.






Para desenvolver sua bela teoria sobre a origem do universo, os chineses preferem utilizar o forte poder de expressão dos símbolos. Para eles, a linguagem simbólica chega muito mais perto da verdade do que as palavras. Mesmo assim, alguns sábios as China se arriscaram a colocar em textos toda a beleza dos seus antigos conhecimentos.


A criação do universo é representada gráficamente por "wu ch´l", o vazio (1), fecundado pelo desejo da criação (2), que se divide nas polaridades "yang e yin" (3). A dança dessas forças ("tai ch´i") forma o universo (4).


Segundo a tradição chinesa, o universo é uma das expressões do Tao. Muito foi escrito para tentar se definir o Tao. "O Tao que pode ser definido não é mais o Tao", sintetiza lacônico o sábio Lao-Tsé nos primorosos versos do Tao Te King. Mas um pequeno livro, considerado como um dos perfeitos textos ocidentais sobre o taoísmo (Wu Wei, a sabedoria do Não-Agir), consegue tratar do assunto de uma forma que entendemos.


Henri Borel, seu autor, fala sobre o Tao usando as frases do seu personagem principal, o próprio Lao-Tsé: "Em poucas palavras, poderia dizer que o Tao não é senão o que vós, estrangeiros, entendeis por Deus. (...) Observa que ambos podem ser designados pelos mesmos atributos. O Tao é o Único, o Absoluto, o Princípio e o Fim. Ele compreende tudo e tudo a ele retorna".


O Tao, portanto, antecede a criação.


Esse vazio pleno de potencialidade é fecundado pelo desejo da criação do universo, que se manifesta em duas forças opostas e complementares: o yin e o yang.


O entrelaçar ininterrupto dessas duas forças polarizadas irá gerar o ch´i, ou respiração cósmica, a energia primordial. O yin é representado pela cor escura e simboliza o feminino, o suave e o receptivo. O yang é a força masculina, luminosa, ativa e criativa. Nada no universo é totalmente yin ou yang, tudo se movimenta - isso é demonstrado nos pontos de cores opostas dentro do tai ch´i (ou pleno de ch´i), símbolo que deve ser visto como se estivesse em movimento.


Os chineses usam uma metáfora poética para designar o yin e o yang: eles são os pais do universo e o ch´i o amor que os une. Para explicar como eles geram a multiplicidade das coisas, passaram a representar o yin como uma linha partida e o yang como uma linha continua.


Desses progenitores nascem dois filhos e duas filhas e, mais tarde, oito descendentes: formam-se assim os oito trigramas (ver figura). Cada descendente é associado a uma estação, cores, fenômenos da natureza ou filhos de uma família. Esse principio é utilizado em toda cultura chinesa, da medicina ao I Ching, o grande oráculo do Extremo Oriente.


Yang e Yin são os pais de notável descendência: os trigramas, associados às estações e aos fenômenos da natureza. Também representam os filhos mais velhos, os do meio e os mais jovens.


O yin e o yang são forças que se manifestam fisicamente na natureza por meio de cinco elementos: fogo, terra, metal, água e madeira. Esses elementos formam ciclos, que podem ser de nutrição (construtivos) ou de controle (destrutivos). No Feng Shui, eles são usados para saber como aumentar ou cortar a energia de um elemento. Por exemplo, onde existe muito metal, com a presença de móveis de ferro, é adicionado fogo, como um vaso com flores vermelhas, pois é ele quem derrete o metal - utiliza-se assim o ciclo de controle. Para aumentar a potência dos elementos, usa-se o ciclo de nutrição. Os cantos da casa também são associados a cada um dos elementos e são detectados conforme os cálculos e referências usados em cada uma das três escolas do Feng Shui.










Onde predomina a polaridade yang, o ch´i corre mais rápido, pois yang é movimento, e onde vigora a polaridade yin, o ch´i é mais lento, pois yin é inércia.


Dentro de uma casa, é ideal que haja equilíbrio: o ch´i não deve correr rápido demais nem deve ficar estagnado.


É assim que ele deve fluir: sinuoso e suave como um rio tranqüilo. Os elementos, com suas polaridades, contribuem para que isso aconteça, e os especialistas em Feng Shui sempre jogam com eles para obter esse equilíbrio.


Formas e cores também são associadas aos elementos.


Essa correspondência, mais a relação com os animais, é o tema principal da mais antiga escola de Feng Shui: a Escola da Forma.


Fonte: www.visaoholistica.com.br


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